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sábado, 7 de dezembro de 2013

IMAGENS DO 4º CONGRESSO NACIONAL DO PSOL (fotos psol)

O 4º congresso do PSOL revelou um partido dividido, no entanto precisamos entender que  são varias tendências e/ou correntes que constroem o PSOL, logo não podemos exigir consenso e alguns ainda acreditam que toda unanimidade é burra.
O que ficou claro é que temos que construir um PSOL forte e que esteja em sintonia com as ruas e as massas, assim sendo protagonista e assumindo seu posto de principal partido de esquerda no Brasil. 
Precisamos unificar cada vez mais o bloco de esquerda dentro do partido, e afiar o debate para o pleito de 2014 o qual o PSOL certamente despontará como alternativa para as massas, minorias e em sintonia com as jornadas de junho.
Nós que fazemos o PSOL Lagoa Salgada, temos uma tarefa de consolidar a nossa base, na luta contra os coronéis que massacram nossos munícipes, é neste sentido que vamos pautar nossas jornadas de luta em nosso município. 


CREDITOS DAS IMAGENS

Manoel Rodrigues(Marabá/PA)
Alexsandro Targino (Lagoa Salgada/PA)
Marcus Miranda (Natal/RN)




Robério Paulino


Luciana Genro

RECIFE


Alexsandro e Babá 




Roberto Robaina 


mesa

a esquerda Maradona MST Argentina
























Santiago e Sandro Pimentel




Como se constrói um medo na sociedade

As tentativas de associar a homossexualidade à pedofilia são tão antigas quanto o ódio e a violência homofóbica, embora qualquer pessoa um pouco mais informada sobre o assunto saiba que, estatisticamente, na grande maioria dos casos, o abuso sexual de crianças é cometido contra meninas e os abusadores são pessoas da família: pais, irmãos, tios, avôs. Há abusadores gays, claro, assim como há médicos, garis, cabeleireiros, advogados gays, mas o fato é que são os abusadores héteros os responsáveis pelo maior número dos casos registrados de pedofilia – que é um crime gravíssimo – comprovando assim que esse transtorno não tem nada a ver com a orientação sexual. E boa parte dos casos denunciados de abuso sexual de meninos do sexo masculino é cometido, vale dizer, por padres e pastores, geralmente os mesmos que divulgam discursos de ódio contra os homossexuais. E contra fatos, não há argumentos.
 
Mas a estigmatização dos gays como potenciais pedófilos continua sendo usada para manter o preconceito e, principalmente, o medo contra nós.
 
Em seu livro “A palavra dos mortos”, o jurista Raúl Zaffaroni explica que quando um determinado grupo social é construído como inimigo e colocado como bode expiatório, “sempre se atribuem a ele os piores delitos que, certamente, com demasiada frequência, são os delitos sexuais” e acrescenta, como exemplo, que “quando o papado e o rei da França decidiram se apoderar dos bens dos templários, imputaram-nos de serem gays e lhes atribuíram um inventado ritual de iniciação e sometimento sexual”. Nas legislações homofóbicas repressivas que vigoraram ou ainda vigoram em muitos países, os gays são muitas vezes tratados como sujeitos perigosos para as crianças, abusadores em potência, pederastas, e existem leis que chegam ao extremo de punir “o homossexual que seja visto em público com um menor”, e os mesmos fantasmas são usados, com muita desonestidade, por aqueles que se opõem a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, apelando ao medo e a calúnia.
 
Não é nada novo — e nem original. Os judeus também foram acusados de devorar crianças, e também os comunistas.
 
Por isso, não me surpreendeu quando os trolls contratados por lideranças fundamentalistas começaram a tentar vincular meu nome à pedofilia, com postagens criminosas nas redes sociais. Esses canalhas chegaram inclusive a inventar uma “entrevista do deputado Jean Wyllys à CBN” na qual eu teria defendido a pedofilia. É claro que a suposta entrevista não existiu e eu jamais defendi a pedofilia, que combato como integrante de uma CPI especial na Câmara dos Deputados. A própria emissora fez uma nota desmentindo a calúnia, mas as postagens dos canalhas continuam se espalhando no Facebook.
 
Nos últimos dias, recebi um e-mail desesperado de um militante do PSOL que me relatava o que está acontecendo na Paraíba com o ativista gay Renan Palmeira, presidente do Movimento do Espírito Lilás (MEL). O MEL teve a sede e casa de presidente invadidas e Renan foi acusado injustamente no “Disque 100? de repasse de drogas e iniciação de adolescentes em práticas pedófilas. Renan sofreu ataques à sua própria casa, com pichações e depredação. A acusação (anônima) de pedofilia e tráfico é instrumentalizada para provocar a repulsa e indignação da comunidade e promover a violência contra um ativista de direitos humanos.
 
E não é casual que se trate de um ativista gay e do PSOL, o partido que levanta as bandeiras da comunidade LGBT e dos direitos humanos no Congresso e enfrenta o fundamentalismo e seus aliados políticos. Há uma campanha cada vez mais evidente contra o PSOL, promovida pelas corporações políticas, religiosas, econômicas e de outro tipo que nosso partido — pequeno, mas coerente com as bandeiras que defende e destacado nos parlamentos e prefeituras onde pode mostrar serviço à população — sem dúvidas ameaça. Numa matéria desopilante, que parece lembrar os discursos do regime militar, a Folha noticiou no mês de junho (mês das históricas jornadas que lotaram as ruas do Brasil) que o serviço secreto da Polícia Militar investigava o envolvimento de militantes do PSOL na promoção de atos de violência, afirmando que se tratava de ações “semelhantes a atos de guerrilha” (!!). Um militante do PSOL de Porto Alegre, Lucas Maróstica, teve sua casa invadida e seu computador sequestrado e chegou a ser acusado de formação de quadrilha por realizar postagens no Facebook convocando às manifestações populares. Tempos que pareciam superados!
 
Voltando ao caso, de acordo com Renan, os atos de vandalismo já foram repassados para a Justiça Global, que encaminhou as denúncias para a OEA (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), solicitando proteção. No mês de agosto, na época da XII Parada LGBT, o apartamento de Renan foi arrombado duas vezes, levando objetos pessoais, documentos e o computador. O mais estranho da situação, segundo Palmeira, é que num prédio com 40 apartamentos, apenas o dele foi arrombado — duas vezes —, o obrigando a se mudar de lá. A sede do MEL, que fica na rua Duque de Caxias, foi arrombada também duas vezes, antes e depois da Parada, obrigando também a entidade a se mudar para um local mais seguro. O outdoor da XII Parada da Cidadania LGBT de João Pessoa foi pichado com frases religiosas e, em outra campanha institucional contra a homofobia, o outdoor foi destruído.
 
As acusações caluniosas por pedofilia envolveram Renan e outros ativistas. O Conselho Tutelar fez a investigação e não encontrou nenhum indício da denúncia, mas em consequência dela, o MEL deixou de dar expediente público. Também aconteceu um assassinato: a transexual Shanayne Rodrigues Macena, de 29 anos, que disputou como candidata a vereadora as eleições de 2012 em Nova Floresta e participa do setorial LGBT do PT, foi assassinada brutalmente em 22/07/2012. De acordo com o presidente do MEL, os fatos retratam uma agressão e intimidações contra militantes LGBT e de direitos humanos na Paraíba.
 
Diante desses gravíssimos fatos, venho a público cobrar a intervenção de todos os órgãos públicos para garantir a segurança de Renan e de todos/as os/as ativistas que estão sendo caluniados, agredidos e ameaçados na Paraíba. É hora de acabar com a violência homofóbica promovida pelo fundamentalismo religioso. E é hora de que o governo federal pare de se omitir e assuma sua responsabilidade política como garante da democracia, das liberdades individuais e da vida e segurança dos brasileiros e das brasileiras.

do site:PSOL50

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LAGOA SALGADA/RN BALANÇO DO CONGRESSO DO PSOL POR LUCIANA GENRO

Estamos no ultimo mês de um ano que mudou o Brasil. As jornadas de junho revelaram a todos a crise de representação política e provaram com marchas multitudinárias que a população brasileira, em especial sua juventude, tem condições de tomar o caminho das ruas para defender seus interesses. Depois de junho as greves dos trabalhadores e os protestos populares deixaram claro que nada mais será como antes e que não serão apenas os jovens a entrar na luta.
Neste cenário, o acerto de ter fundado o PSOL nos enche de orgulho. Nunca ficou tão evidente que é preciso um novo partido contra a velha política. Quando estive nas ruas, lado a lado com nossa juventude, nos protestos de junho, sabia que era ali que poderíamos provar a utilidade de nosso projeto, a necessidade de realmente construir uma alternativa combativa. No ano que logo começa, vamos ter a continuidade da luta nas ruas e também nas urnas. Esta deve ser a responsabilidade de nosso partido. E de minha parte estarei empenhada nos dois combates.
Para defender que o PSOL se postule como defensor das bandeiras de junho e seja fiel a este acontecimento histórico, aceitei disputar a indicação como candidata à presidente pelo partido. Foram alguns meses de disputa interna onde os militantes que apoiaram minha pré-candidatura atuaram com energia na fiscalização e na construção de plenárias de norte a sul do Brasil. Quero aqui deixar o meu abraço e agradecimento a cada um deles. Fruto deste trabalho militante foi realizado um ato no Rio de Janeiro com centenas de militantes e contamos com o apoio de várias lideranças, em especial de Marcelo Freixo, principal referência do PSOL. Por muito pouco não se chegou ao resultado que permitiria que a militância debatesse mais, isto é, as prévias. Com mais democracia, tenho confiança que teríamos ainda mais força. Mas o Congresso escolheu o nome de Randolfe Rodrigues. Este resultado não me desanima nem um pouco. Sigo firme na defesa de um PSOL fiel a seu programa fundacional e às jornadas de junho. Continuarei também ativa na vida interna do partido e na disputa de seus rumos.
Mas o 4º Congresso Nacional do PSOL revelou um partido profundamente dividido. Além de denúncias de irregularidades na eleição de alguns delegados apoiadores da tese Unidade Socialista, a demonstração numérica desta divisão apareceu na votação da proposta de prévias para escolha da candidatura presidencial: 201 votos contra e 186 a favor. Mesmo com esta margem muito reduzida o agrupamento do Senador Randolfe Rodrigues não aceitou submeter o nome dele ao crivo dos militantes. Na votação da candidatura presidencial, mais uma vez quase metade do plenário, composto por delegados do Bloco de Esquerda, rejeitaram Randolfe, sendo que cerca de 30% apoiaram o meu nome e os demais se abstiveram em protesto contra as irregularidades. Diante desta realidade é preciso fazer um breve balanço e traçar as perspectivas.
Em primeiro lugar é preciso registrar que o apelo por mais democracia interna, feito pelo deputados Chico Alencar e Marcelo Freixo que defenderam as prévias, foi rejeitado pelo grupo de Randolfe e Ivan Valente, a tese Unidade Socialista. Isto é lamentável pois o nome de Randolfe não foi devidamente discutido pela militância, pois os apoiadores da Unidade Socialista não defendiam abertamente a candidatura de Randolfe, mas a colocavam como uma hipótese ao lado do nome de Chico, Freixo e até Milton Temer. Diferenças abissais separam os quatro nomes, portanto os delegados eleitos pela tese Unidade Socialista não estavam mandatados pela sua base para votar em Randolfe. As prévias poderiam suprir esta lacuna democrática, curar as feridas abertas pelas suspeitas de irregularidades e aprofundar o debate político. Por que o medo da democracia?
Outro aspecto importante do balanço é que o Bloco de Esquerda não conseguiu se unificar em torno de uma candidatura alternativa a Randolfe. Meu nome foi apoiado pelo MES, CST, TLS, LSR, o Coletivo Primeiro de Maio, outros agrupamentos regionais, e também por lideranças como os deputados Marcelo Freixo, Carlos Giannazi e Jean Wyllys. Mesmo assim uma parte do Bloco não quis me apoiar. Esta falta de unidade nos enfraqueceu na disputa, e acabamos perdendo o Congresso por uma margem reduzidíssima de 2%.
Mesmo assim considero que o Bloco de Esquerda é uma conquista importante da qual não podemos abrir mão. Após as jornadas de junho tornou-se ainda mais importante disputar os rumos do PSOL, lutar por um partido conectado com a nova realidade do Brasil, rejeitando a partidocracia e a velha política que insistem em nos rodear.
É preciso então avaliar como seguir. É certo que a disputa pela candidatura presidencial não se encerra no Congresso, pois até as convenções partidárias — que pela lei eleitoral acontecem em junho do ano que vem — ninguém é candidato oficialmente. Randolfe é o pré candidato escolhido por maioria pelo Congresso, mas meu nome segue colocado e poderá ser avaliado pela convenção do ano que vem. Luiz Araújo, o novo presidente do PSOL, falou em sua intervenção no Congresso que desejava que eu fosse candidata a Vice-Presidente na chapa com Randolfe. Não descarto esta hipótese, pois não concordo com a decisão de alguns de boicotar a campanha presidencial do PSOL se o candidato for Randolfe. Exceto para quem deseja sair do PSOL, o único caminho é seguir disputando os rumos do partido. Para isto não podemos ter uma postura abstencionista nas eleições, e muito menos apoiar o candidato de outro partido.
Não decidirei se aceito ou não esta tarefa de ser vice de Randolfe de forma individual. Quem me conhece sabe que não tenho problema algum em não ser candidata a nada. Encaro a política como militância e não como carreira.
Por isso quero ouvir em primeiro lugar @s militantes do PSOL e as lideranças das correntes que me apoiaram. Quero ouvir o partido no Rio de janeiro, particularmente Marcelo Freixo, nossa maior liderança, o deputado Jean Wyllys, os vereadores Eliomar Coelho, Paulo Eduardo e Renatinho. Em São Paulo quero ouvir o deputado Giannazi, o ex-deputado Raul Marcelo, o companheiro Vladimir Safatle. Quero ouvir outras lideranças, como a vereadora Toinha, de Fortaleza, e os grupos regionais que me apoiaram, como o ELA de Brasília e os companheiros do Paraná. Quero ouvir inclusive as lideranças que não são do Bloco, como o deputado Chico Alencar, e também as correntes do Bloco que não me apoiaram mas rejeitam Randolfe, pois respeito a sua militância e acredito que temos que seguir caminhando juntos no PSOL.
Quero avaliar com todos e todas qual o melhor caminho para que o PSOL possa estar unido na campanha de 2014 para enfrentar as candidaturas à serviço dos interesses do capital, e para que possamos seguir afirmando o perfil de partido que queremos construir: profundamente conectado com as lutas da juventude, dos trabalhadores, das mulheres, negros, homossexuais, indígenas, enfim, um partido fiel ao levante de junho e que apresente um projeto universalizante para todas esta lutas, um projeto socialista e libertário.
Luciana