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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

VIRA CASACA

Ética, política e “vira-casaca”

A oposição entre ética e política no cenário brasileiro desencoraja o cidadão comum, mas é prato cheio para aquele que age de forma oportunista.
O vira-casaca é, segundo os filólogos, o indivíduo que muda frequentemente de partido ou idéias, conforme a conveniência própria. É também chamado de “ventoinha” porque gira conforme o vento. O vira-casaca é um traidor em potencial. Ele anda nas sombras e espreita o inimigo a todo o momento. Qualquer um de nós pode mudar seus ideais políticos. Somos livres para isto. Mas, o vira-casaca tem algo de traidor em sua atitude, porque ao trocar de partido, ou de facção política, ele o faz sempre escolhendo o lado vencedor de preferência no último instante posterior às eleições. A falta de personalidade do vira-casaca é tanta quanto à falta de escrúpulo do político, que aceitou adotá-lo, acolhendo-o em suas hostes no primeiro, ou segundo escalão como comparsa de seu desgoverno. Se aquele é traidor de sua consciência, este é traidor do povo. 
O vira-casaca não impõe suas idéias porque não as tem. Para conseguir seu prestígio junto aos políticos desavisados estuda muito não a política, mas sim a politicalha. Após isso se une aos políticos em melhor situação e transfere residência para o paço municipal, ou os palácios governamentais. Isto é: tem presença marcante. Sai político, entra político e o vira-casaca lá está, impassível, cara-de-pau, tirando proveito e mamando na teta com toda sua incompetência. Pior ainda, não permitindo o acesso dos competentes. Sim, porque os vira-casacas literalmente são incompetentes para exercerem cargos públicos, que possam favorecer a comunidade. A História registra com eloquencia as peripécias dos vira-casacas desde Roma antiga, passando pelos tempos medievais até hoje. Foi na idade média que mais se destacaram. Naqueles tempos os feudos eram caracterizados pelas cores das roupas. Então, os vira-casacas contumazes mandavam confeccionar os casacos com duas cores. A cor do “amo” por fora e a cor do desafeto no avesso. Com este artifício entravam e saíam dos castelos à vontade, bastando virar o casaco ao avesso, ou vice-versa.
Infelizmente não existe um manual que explique como votar em um candidato que busca a reaproximação entre ética e política, e apenas acreditar em discursos que apregoam essa união é ineficaz. Fica uma pista: vote naquele cuja história de vida mais se mostrou condizente com a luta pelo bem comum.


FONTE;http://espiritosantornemfoco.wordpress.com/

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