Por
Prof.Esp.Gecionny Pinto
O Brasil como sabemos é conhecido como o país do futebol, o único pentacampeão do mundo. Não é só a seleção que move nossas torcidas em quase todos os Estados da Federação, o futebol mobiliza as massas na defesa das cores de seus times.
Eu particularmente também gosto de
futebol, mas como educador há 14 anos na rede privada e há 4 na pública,
questiono-me: será que seremos campeões na educação?
Sabemos que o Governo Federal vive
propagando que tem investido na educação, que tem valorizado o professor com a
criação do piso nacional que não chega a três salários mínimos, e que agora com
o Plano Nacional da Educação chegaremos a ser campeões da educação como
espera-se de um país com a economia do Brasil.
Sem deixar de reconhecer os pequenos
avanços na educação técnica e superior nos últimos anos, se o governo não
valorizar de verdade a educação básica pública, acabaremos por formar uma nova
categoria de cidadãos, o analfabeto funcional portador de diploma.
Os governos das oligarquias
estaduais que governam o Rio Grande do Norte desde as Capitanias Hereditárias (
Alves, Maias, Rosados, Farias) alegam que fizeram o máximo que a Lei de
Responsabilidade Fiscal( ou seria Lei Irresponsabilidade Social?) permitiam que
os mesmo fizessem.
O atual governo ( ou desgoverno?) de
Rosalba - Betânia tem o agravante de propalar por todo o Estado que concedeu um
aumento de quase 100% de aumento para os professores durante o seu mandato.
Além do mais o governo realizou um corte ilegal e cruel no salário dos
professores que realizavam uma greve legal por inúmeros direitos que estão
sendo desrespeitados (como a promoção por tempo de serviço, capacitação e
pasmem até mesmo o mísero reajuste de 8% do piso nacional).
Sem
levar em consideração que a tão propalada informatização do sistema de
matrículas e notas do chamado SIGEDUC, não saiu do papel simplesmente porque
muitas escolas não possuem o acesso à internet. E para fechar o governo ainda
usou de violência contra um membro da direção do sindicato em uma manifestação
pacífica na Secretaria de Educação.
Por
isso defendi a manutenção da greve junto
com a metade da categoria presente na assembleia que encerrou nossa greve, sem
ter ao menos o salário cortado do mês de fevereiro devolvido e sem ter as leis
aprovadas na Assembleia Legislativa sancionadas pela governadora.
Por
outro lado o governo municipal do prefeito Carlos Eduardo, tem se preocupado
muito com as obras de mobilidade veicular e com a nossa imagem na Copa do Mundo,
tem desrespeitado o terço de hora atividade dos professores e a paridade dos
educadores infantis. E a greve já poderia ter ocorrido e até mesmo ter sido
unificada junto com a categoria estadual, já que muitos professores trabalham
nesses dois vínculos públicos.Faltou ao sindicato a mesma combatividade que tem
contra o DEM, diante de seu aliado político do PDT.
Sabemos
que não haverá efetiva na educação pública brasileira, sem uma valorização
efetiva dos profissionais da educação com a unificação dos nossos salários com
os docentes da Rede Federal ( o Piso Nacional teria que dobrar de valor para se
chegar a essa meta), o estabelecimento da dedicação exclusiva para cada docente
na escola que o mesmo escolher, caso possua dois vínculos e a garantia de toda
a estrutura pedagógica necessária para o desenvolvimento de suas atividades com
excelência.
Somente
se o Governo Federal que detém a maior parte do bolo tributário tiver coragem
de implementar o discurso de valorização da educação e dos professores
poderemos um dia, quem sabe daqui há vinte, trinta ou cinquenta anos chegarmos
a ser campeões da educação, saindo da vergonhosa posição que o Brasil se
encontra( 58º de 65 países que fazem a prova do PISA), sonhando um dia conquistar
um prêmio Nobel nas áreas científicas.
Caso
isso não ocorra, teremos que nos contentar em torcer pelo Hexa, se contentar
com o piso (subterrâneo) dos professores, assistir nossos adolescentes e jovens
terem suas vidas ceifadas todos os dias nas periferias pela criminalidade e
achar que a solução para essa imensa crise social pelo qual passa a sociedade
será resolvida com a redução da maioridade penal.
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